O segundo passeio pela Rota dos Geossítios leva-me à Serra da Freita. Depois da Panorâmica do Detrelo da Malhada, do Côto do Boi, das Bolas Quartzodioríticas dos Viveiros da Granja, da Pedra Cebola de Espinho, do Miradouro da Senhora da Mó e da Pedra Má, é tempo de admirar os fenómenos geológicos da freguesia de Albergaria da Serra.
A Serra da Freita põe a descoberto vários fenómenos geológicos Dezembro de 2015 |
O Marco Geodésico de S. Pedro Velho (G3), as Marmitas de Gigante no rio Caima (G4), o Contacto Litológico da Mizarela (G5) e o Miradouro da Frecha da Mizarela (G6), as Pedras Parideiras (G7), o Campo de Dobras da Castanheira (G8), o Filão de Quartzo de Cabaços (G9), a Panorâmica da Costa da Castanheira (G10), as Pias do Serlei (G12) e as Pedras Boroas do Junqueiro (G11) preenchem o passeio de hoje pelo território de Albergaria da Serra.
Junto ao Marco Geodésico de S. Pedro Velho (G3) Agosto de 2015 |
Placa indica qual o caminho seguir para alcançar o G3 Agosto de 2015 |
Caminho de acesso ao marco geodésico de Albergaria da Serra Agosto de 2015 |
O Marco Geodésico de S. Pedro Velho (G3) assinala o ponto mais elevado da Serra da Freita e é a minha escolha para início do segundo passeio pela Rota dos Geossítios. O terceiro geossítio de Arouca proporciona a quem o visita uma panorâmica de 360º sobre a serra que amo. E a recente varanda construída em redor do marco acrescenta-lhe ainda mais graciosidade.
Marco Geodésico de S. Pedro Velho (G3) Agosto de 2015 |
Na varanda do marco geodésico (G3) Agosto de 2015 |
Marco geodésico da Freita (G3) avistado da estrada de asfalto Dezembro de 2015 |
Na varanda do G3, apetece olhar uma e outra vez. Os olhos ficam maravilhados, mas há que seguir caminho em direcção às Marmitas de Gigante no rio Caima (G4). Caracterizado por depressões circulares ou elípticas escavadas na rocha, o quarto geossítio de Arouca ocorre nas margens e leito do rio Caima a montante da queda de água da Mizarela. É algo inexplicável!
Marmitas de Gigante no rio Caima (G4) Janeiro de 2016 |
Exemplar de uma Marmita de Gigante no rio Caima Janeiro de 2016 |
Margens e leito do Caima a montante da Frecha da Mizarela Janeiro de 2016 |
A poucos metros das Marmitas de Gigante, é possível visitar o Contacto Litológico da Mizarela (G5) e o Miradouro da Frecha da Mizarela (G6). Em primeiro, o quinto geossítio que é caracterizado por diversos aspectos geológicos de interesse. Com um elevado valor didáctico, o G5 também é conhecido pelo seu alto geomorfológico, mineralógico, petrológico e cartográfico.
Placa assinala o Contacto Litológico da Mizarela (G5) Janeiro de 2016 |
Contacto Litológico e aspectos geológicos associados Janeiro de 2016 |
Marmitas (G4) visíveis no início da Frecha da Mizarela Dezembro de 2015 |
Depois do Contacto Litológico e aspectos geológicos associados, é obrigatória uma visita ao Miradouro da Frecha da Mizarela (G6). Esta apresenta um desnível superior a 60 metros, tornando-a a mais alta queda de água de Portugal Continental. A sua formação deriva de uma erosão diferencial provocada pelo rio Caima sobre duas rochas distintas (granito e xisto) que ali contactam.
Placa assinala o Miradouro da Frecha da Mizarela (G6) Dezembro de 2015 |
Junto do sexto geossítio (G6) de Arouca Julho de 2014 |
A Frecha da Mizarela tem um desnível superior a 60 metros Maio de 2012 |
A Frecha da Mizarela é um dos pontos de maior interesse da Serra da Freita e do concelho de Arouca. Faça frio ou calor, são muitas as pessoas a parar junto do miradouro (G6) para admirar a beleza da elevada precipitação das águas do rio Caima. A Frecha ainda pode ser admirada de alguns pontos da PR 7 - Nas Escarpas da Mizarela - e da aldeia da Castanheira.
S. Pedro Velho (G3) e Frecha (G6) avistados da Castanheira Dezembro de 2015 |
Frecha da Mizarela captada da aldeia da Castanheira Dezembro de 2015 |
A aldeia da Castanheira admira a Frecha todos os dias Dezembro de 2015 |
Depois de admirar a Frecha do Miradouro da Mizarela (G6), aconselho uma visita à aldeia da Castanheira. Integrada na freguesia de Albergaria da serra, esta aldeia é conhecida pela terra das Pedras Parideiras (G7). Um fenómeno geológico único em Portugal e raro no mundo inteiro que leva muitos arouquenses e forasteiros às imediações da Castanheira, na Serra da Freita.
Afloramento granítico com um nódulo encrustado (G7) Novembro de 2015 |
Casa e respectivo passadiço das Pedras Parideiras Novembro de 2015 |
Pedras Parideiras (G7) situam-se nas imediações da Castanheira Fevereiro de 2012 |
O sétimo geossítio corresponde a afloramentos graníticos com nódulos (escuros) encrustados que, por efeito da erosão, soltam-se da pedra-mãe. O que justifica a designação de Pedras Parideiras. Desde a inauguração da Casa das Pedras Parideiras a 3 de Novembro de 2012, este fenómeno geológico tem atraído ainda mais pessoas ao concelho de Arouca.
Junto do Campo de Dobras da Castanheira (G8) Dezembro de 2015 |
O G8 proporciona uma bela panorâmica sobre a Castanheira Dezembro de 2015 |
Aldeia da Castanheira avista do Campo de Dobras Dezembro de 2015 |
Bem perto das Pedras Parideiras, o Campo de Dobras da Castanheira (G8) que "ocorre nas rochas mais antigas do Arouca Geopark" (lê-se na placa informativa local). Uma área com vários afloramentos rochosos dobrados é o que caracteriza o Campo de Dobras da Rota dos Geossítios. Acresce que, da sua varanda, a panorâmica sobre a aldeia da Castanheira é privilegiada.
Placa assinala o Campo de Dobras da Castanheira Dezembro de 2015 |
Campo de Dobras da Castanheira (G8) Dezembro de 2015 |
Placa informativa junto do Campo de Dobras Dezembro de 2015 |
Do oitavo passo para o nono geossítio do concelho de Arouca. Trata-se do Filão de Quartzo de Cabaços (G9) que é admirado ao percorrer um dos trilhos da PR 7 - Nas Escarpas da Mizarela. Para conhecer este compacto filão de quartzo com cerca de 2 metros de espessura, é necessário uma manhã ou uma tarde para entrar serra adentro e descobrir a sua localização.
Filão de Quartzo (G9) Maio de 2012 |
O G9 surge do decorrer da PR 7 - Nas Escarpas da Mizarela Maio de 2012 |
Pormenor do Filão de Quartzo (G9) Maio de 2012 |
Sendo assim, avanço do Campo de Dobras (G8) para a Panorâmica da Costa da Castanheira (G10). Isto porque o Filão de Quartzo de Cabaços (G9) fica inacessível (de carro), tendo os visitantes de dispor de tempo e de gosto para percorrer trilhos de serra. Já junto do miradouro da Castanheira é possível avistar as serras do Arestal, do Caramulo e da Estrela.
Local preciso da Panorâmica da Costa da Castanheira (G10) Janeiro de 2016 |
A linha de costa da região de Aveiro pode ser avistada do G10 em dias meteorológicos favoráveis Janeiro de 2016 |
Costa da Castanheira captada junto das Marmitas do Caima (G4) Janeiro de 2016 |
A Panorâmica da Costa da Castanheira ainda permite aos visitantes admirar o Vale do Vouga, o Oceano Atlântico e a linha de costa da região de Aveiro que, aqui, são visíveis em dias meteorológicos favoráveis. Em Fevereiro de 2015, o G10 acolhe o Radar Meteorológico que, para além da previsão e vigilância do tempo, vem ampliar o miradouro da Castanheira.
Nas proximidades da costa da Castanheira e do abrigo de Monte Calvo, arrisco partir em busca das Pias do Serlei (G12). Estas são blocos de granito que apresentam pequenos buracos circulares semelhantes a pias. Daí, a designação de Pias de Serlei atribuída a um conjunto de irregularidades na superfície rochosa de várias pedras situadas numa parte do planalto granítico de Albergaria da Serra.
O planalto granítico de Albergaria da Serra vê muitos caminheiros a percorrer os trilhos da PR 15 - Viagem à Pré-História da Freita. Uma pequena rota circular de 17 km que é uma alternativa diferente para descobrir a maioria dos fenómenos geológicos e panorâmicas da serra que amo. Seja de carro ou a pé, a jornada de hoje é um bom programa para fugir à rotina.
Pormenor do Radar Meteorológico de Arouca Dezembro de 2015 |
O Radar situa-se na Panorâmica da Costa da Castanheira (G10) Dezembro de 2015 |
Abrigo de Monte Calvo (Albergaria da Serra) Fevereiro de 2012 |
Nas proximidades da costa da Castanheira e do abrigo de Monte Calvo, arrisco partir em busca das Pias do Serlei (G12). Estas são blocos de granito que apresentam pequenos buracos circulares semelhantes a pias. Daí, a designação de Pias de Serlei atribuída a um conjunto de irregularidades na superfície rochosa de várias pedras situadas numa parte do planalto granítico de Albergaria da Serra.
Pias do Serlei (G12) Janeiro de 2016 |
Pias do Serlei com vista para o Radar Meteorológico Janeiro de 2016 |
G12 situa-se nas proximidades do Abrigo de Monte Calvo Janeiro de 2016 |
O planalto granítico de Albergaria da Serra vê muitos caminheiros a percorrer os trilhos da PR 15 - Viagem à Pré-História da Freita. Uma pequena rota circular de 17 km que é uma alternativa diferente para descobrir a maioria dos fenómenos geológicos e panorâmicas da serra que amo. Seja de carro ou a pé, a jornada de hoje é um bom programa para fugir à rotina.
Outro bloco granítico com pias Janeiro de 2016 |
Planalto granítico da Serra da Freita Janeiro de 2016 |
Uma Viagem à Pré-História da Freita (PR 15 de Arouca) dá a conhecer a maioria dos geossítios de Albergaria da Serra Novembro de 2015 |
Depois do G12, entro na recta final do segundo passeio pela Rota dos Geossítios. O último geossítio de hoje corresponde às Pedras Boroas do Junqueiro (G11). É o décimo primeiro de uma lista de 41 fenómenos geológicos. Estas pedras tratam-se de dois blocos que apresentam uma alteração em fissuração poligonal que lhes atribui parecenças com as códeas das broas de milho.
Pedras Boroas do Junqueiro (G11) Abril de 2013 |
Outro exemplar do G11 Abril de 2013 |
Passadiço de acesso às Pedras Boroas (de saída) Novembro de 2015 |
Integrados no território de Albergaria da Serra, os dez fenómenos geológicos e vistas panorâmicas do segundo passeio pela Rota dos Geossítios fazem parte dos pontos de interesse da Serra da Freita. A jornada de hoje termina com o abandonar do passadiço das Pedras Boroas do Junqueiro (G11). E, agora, parto para Fuste e Rio de Frades da freguesia de Moldes.
Aventurem-se e bons passeios!
Um até já,
TS
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