quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Convite para a Feira das Colheitas

Caros seguidores, partilho, hoje, convosco o convite que acabo de encontrar no balcão da cozinha de cá de casa. O presidente da Câmara Municipal de Arouca escreve aos munícipes, informando-os que está à porta a Feira das Colheitas, e convida todos a visitar, de 25 a 28 de Setembro, a vila.

Convite deixado pelo carteiro na caixa do correio


«A Feira das Colheitas comemora 70 anos de vida. De 25 a 28 de setembro, Arouca sai à rua, e enfeita-se para comemorar o ciclo iniciado com a semente lançada à terra. A tradição ganha nova vida, num evento com exposições e feiras de produtos agrícolas, gastronomia e artesanato, acompanhados, sempre, de muita animação nas ruas.» Esta introdução inicia o convite.

Edição de 2012 da Feira das Colheitas


Espectáculo piromusical '12


O programa da Feira das Colheitas está, como é habitual, repleto de actividades. Mas, aqui, deixo (como não podia deixar de ser) uma sugestão de caminhada. O território do Geopark Arouca é vasto e quem acompanha o Pé ante pé já conhece muitos dos percursos pedestres e respectivos encantos da região.

PR 2 - Caminhos do Vale do Urtigosa


PR 4 - Cercanias da Freita


A dica é para que aproveitem a parte da manhã para percorrer a PR 2 - Caminhos do Vale do Urtigosa ou a PR 4 - Cercanias da Freita, rotas localizadas nos arredores da vila. Uma vez que os percursos são de curta extensão, os caminheiros e/ou visitantes ficam com a tarde e a noite livres para visitar o certame.

Cito, agora, o convite do presidente da Câmara Municipal de Arouca, José Artur Neves:

«É, portanto, com muito prazer que venho convidar Vª Exª a estar presente na cerimónia [de] abertura deste evento, no próximo dia 25 de Setembro, a partir das 16:00, no edifício dos Paços do Concelho, presidida pelo senhor Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Dr. Manuel Castro Almeida. Certo de que este dia e este evento serão memoráveis, com a presença de Vª Exª.»

O convite está formulado e divulgado. Agora, a vila de Arouca fica à espera que as ruas encham de visitantes. À procura de produtos da terra, de vivências e  de actividades tradicionais, o mais importante é que apareçam e façam parte dos 70 anos da Feira das Colheitas.

Aventurem-se e boas Colheitas!

Um até já, 

TS


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Romaria à Santa Eufémia

O Verão termina a 21 de Setembro e, hoje, é dia 17 do nono mês do ano, mas já parece que quem está lá fora é o Inverno. Mesmo com o tempo instável, muitas são as pessoas que marcaram, a 15, presença na peregrinação e/ou romaria anual à Santa Eufémia, em terras de Castelo de Paiva. De Escariz ao destino final contam-se 20 km e 4 horas de caminho.

A caminho da Santa Eufémia


A 15 de Setembro todos os caminhos dão à Santa Eufémia. Pessoas de Castelo de Paiva e de fora do concelho saem de casa, em excursão ou a caminhar, rumo à freguesia de S. Pedro do Paraíso. Uma tradição muito antiga que novos e velhos cumprem todos os anos. No próprio dia ou no fim de semana próximo ao 15, os peregrinos e/ou romeiros 'pagam' promessas e/ou convivem pegada a pegada.

À entrada do lugar de Vér (Escariz)


Capela de Vér


Passagem por lugares de Fermedo


Passagem por terras de S. Miguel do Mato


Capela do lugar de Borralhoso


No Pé ante pé, deixo a descrição da romaria feita, na passada segunda-feira (15), por mim e pelo meu companheiro de caminhada, FJD. Saímos às 4.10 horas de Vale-de-Lameiro e, de seguida, passamos na Abelheira e em Vér, todos lugares da freguesia de Escariz. Ainda no concelho de Arouca, fazemos uma passagem por terras de Fermedo e de S. Miguel do Mato (ver fotos acima).

Primeiras castanhas encontradas



O dia nasce e falta uma hora de caminho


Vista para vales e montanhas


Autocarro de uma excursão à vista


Passada a ponte sobre o rio Arda, entramos no concelho de Castelo de Paiva. E, depois de uma descida acentuada por terras de Arouca, espera-nos uma subida íngreme sempre em estrada de asfalto. Curva e contra-curva e mais curva e contra-curva. É assim que chegamos ao lugar de Pejão, freguesia de S. Pedro do Paraíso, e encontramos indicações para Arouca, Castelo de Paiva e Santa Eufémia. 

Indicações


Pão à porta de casa


Castanhas a querer saltar dos ouriços


Sol e chuva formam um arco-íris 


Pormenor da Igreja Matriz de S. Pedro do Paraíso


'
Santa Eufémia lembra o início da época das castanhas


Pormenor da capela da Santa Eufémia


Doces regionais marcam a romaria


Assim que passamos junto da Igreja Matriz de S. Pedro do Paraíso é sinal que a caminhada está quase a findar. Começamos a ver muitos carros e autocarros e dizemos: "É ali no fundo!" O S. Pedro tratou de mandar um pé de água forte, mas fomos resistentes e vencemos a chuva. No fim, a recompensa é grande pois chegamos, às 8.10 horas, ao destino e levamos doces regionais de Entre-os-Rios  e castanhas para casa.

Aventurem-se e boas romarias!

Um até já,

TS

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Trilho de Santa Maria das Júnias

O Trilho de Santa Maria das Júnias é um percurso pedestre circular com 4 km de extensão e uma hora e meia de duração, como está inscrito numa placa local. Esta rota dá a conhecer a aldeia de Pitões das Júnias do concelho de Montalegre, o Mosteiro de Santa Maria e paisagens grandiosas da serra.

Placa informativa do percurso pedestre


Integrada no Parque Nacional da Peneda Gerês, a aldeia de Pitões das Júnias vê a população aumentar  no Verão. Emigrantes e turistas chegam atraídos pelo sossego da serra, pelas paisagens encantadoras e pela história. Dizem os ditos populares que a Nossa Senhora apareceu a um caçador, onde está situado o mosteiro recuperado, e pediu-lhe que fundasse a aldeia.

Aldeia de Pitões das Júnias


Os caminheiros e/ou visitantes encontram, perto de uma capela local, uma placa informativa do Trilho de Santa Maria das Júnias. E, a partir daí, é só seguir as indicações das marcas amarelas e vermelhas inscritas em pedras, árvores, etc. A grande atracção do percurso e da aldeia é o mosteiro e ruínas, junto do ribeiro do Campesinho. E é para lá que seguimos.

Capela local


Depois de deixar a estrada asfaltada de acesso à aldeia de Pitões das Júnias, esbarramos com uma calçada de paralelos e uma descida íngreme. Mas, até ao mosteiro, ainda temos de descer mais e mais por um caminho carregado de pedras. Eis que avistamos o Mosteiro de Santa Maria, uma construção medieval beneditina mais tarde ocupada pelos monges de Cister.

Indicação de direcção para o mosteiro e para a cascata


Aviso "Proibido Acampar"


Mosteiro e ruínas à vista



A paisagem que envolve a aldeia de Pitões das Júnias é magnífica e quem dá corda ao sapato e desce até ao ribeiro do Campesinho fica encantado com o todo que envolve o mosteiro e as ruínas. Uma vista de cortar a respiração. O vale é apertado, o rio é estreito e ouve-se o correr da sua água e o canto de algumas aves. 

Ruínas


Aviso de "Risco de desabamento"


Ruínas


Devido ao "risco de desabamento", as ruínas devem ser visitadas com cautela já que as estruturas que mantêm-se erguidas são instáveis. Quanto à Igreja e cemitério adjacente, têm o acesso interdito ao público e, sendo assim, a parte exterior do edifício é que pode ser admirada. 

Igreja do Mosteiro de Santa Maria de Pitões das Júnias


Bem, o que posso dizer mais de Pitões de Júnias? Os motivos de atracção são o mosteiro, o ribeiro do Campesinho, a serra que abraça a aldeia, as paisagens e as histórias da terra. E, se ainda estão com dúvidas, a tudo isto podem acrescentar uma visita ao forno comunitário e ao centro interpretativo.

Centro Interpretativo do Planalto da Mourela


"Pitões das Júnias: aldeia pastoril no rebordo da Mourela"


Aqui, deixo mais uma sugestão de caminhada e passeio por terras de Montalegre. E, como as férias terminaram, muito fica ainda por descobrir. Por isso, espero um dia voltar para mais conhecer e quem sabe ter a possibilidade de rever locais visitados. 

Aventurem-se e bons passeios!

Um até já,

TS

sábado, 6 de setembro de 2014

Rota do Contrabando Tourém - Randín

As férias são boas, mas passam rápido. Todos queixam-se do mesmo mal e a verdade é que, no período de pausa do trabalho, o relógio parece não mais parar. São tantas as coisas para fazer, tantos locais para visitar e, no fim, falta ter mais tempo para descansar. Recantos de Montalegre e do Parque Nacional da Peneda Gerês são o que trago na mala para confidenciar convosco, no Pé ante pé.

Rota do Contrabando Tourém - Randín


O meu tempo de descanso expirou e deixo, hoje, uma descrição da Rota do Contrabando da Rede de Percursos Pedestres de Montalegre (MTR). Uma rota circular de 11 km entre as aldeias de Tourém (Portugal) e Randín (Espanha), que dá a conhecer os trilhos usados pelos contrabandistas da região e as paisagens magníficas em torno da albufeira do rio Sallas.

Palavra 'Tourém' inscrita numa pedra à entrada da aldeia


A Rota do Contrabando Tourém - Randín é a sexta pequena rota (PR 6) da Rede de Percursos Pedestres do concelho de Montalegre e está integrada no Parque Nacional da Peneda Gerês. O percurso faz a ligação entre as aldeias raianas de Tourém e Randín, que, mesmo uma localidade sendo portuguesa e outra espanhola, têm vivências comuns. Um exemplo disso é o contrabando que, noutros tempos, era uma prática recorrente.

A PR 6 tem início e fim no Largo do Outeiro


Placa informativa da Rota do Contrabando


Placa de início da PR 6 (MTR)


Ao chegar a Tourém, é fácil dar com o Largo do Outeiro onde tem início e fim a PR 6 (MTR) - Rota do Contrabando. São várias as ruas antigas de paralelos, mas não há que enganar. No largo, avistamos duas placas alusivas ao percurso e uma certa movimentação matinal. Uma criança joga à bola, habitantes trocam palavras, a mercearia chega numa carrinha e vêem-se alguns forasteiros.

Aldeia de Tourém


Inicia-se, então, a rota de 11 km em direcção ao pólo do Ecomuseu local, que fica a 200 metros do Largo do Outeiro. Os primeiros passos são dados, em torno da aldeia de Tourém, pelas calçadas antigas de paralelos. Passa-se junto do forno comunitário, inteiramente construído de pedra, que, outrora, era um espaço de todos para todos. Hoje em dia, está inactivo, mas é um edifício que merece uma visita de quem por lá passa.

Pólo do Ecomuseu de Tourém


Tourém oferece três trilhos aos caminheiros


Forno comunitário de Tourém


Água a correr sobre as aromas


Escola primária de Tourém


Ao chegar ao pólo do ecomuseu, os caminheiros deparam-se com placas informativas que indicam a existência de três percursos: a Rota do Contrabando de 11 km, o Trilho da Costa de 3 km e o Trilho das Aves de 1.5 km. Portanto, quem visitar Tourém tem actividades garantidas e a Casa dos Bragança para descansar e pernoitar. A casa referida funciona com turismo de habitação e nela ainda é possível ver um esconderijo dos refugiados da guerra civil espanhola.



Depois de passar pela escola primária de Tourém, a povoação fica para trás e é tempo de mergulhar por caminhos rurais e florestais em direcção à fronteira. A Rota do Contrabando tem um nível de dificuldade médio e, com o qual, concordo já que o terreno do percurso nem sempre é regular. Esta percurso lembra o contrabando de produtos e a solidariedade estabelecida entre Espanha e Portugal pois Tourém foi, durante a guerra civil espanhola, um refúgio de 'nuestros hermanos'.


Vista panorâmica sobre Randín em territorial português 


Marca amarela e vermelha de orientação da PR 6


Tourém foi e é a sala de visita de Montalegre pois é a terra mais visitada pelos galegos. Esta informação está patente no folheto informativo da PR 6 - Rota do Contrabando - e muito mais. Basta os curiosos e aventureiros saírem de casa rumo às terras de Montalegre para descobrir os recantos e encantos deste concelho do norte de Portugal.

Marco territorial 103 a indicar de um lado é Portugal e...


... e de outro lado da fronteira é Espanha


Atingido o marco territorial número 103, os caminheiros seguem as indicações do 'camiño privilexiado' até a aldeia de Randín. Este caminho "unía o Couto Mixto con Portugal e tiña unha extensión de 7.290 m", lê-se numa placa informativa junto à estrada asfaltada de acesso a Randín. Agora em português, a função do caminho privilegiado tinha um carácter comercial e a ideia é que nenhuma pessoa ou mercadoria fosse capturada pelas autoridades, quer espanholas quer portuguesas.

Placa de orientação do 'Camiño Privilexiado'


Seguir em frente 


Virar à direita


Estas pinhas são espanholas


Travessia de um riacho


Placa informativa do 'Camiño Privilexiado'


Ao chegar a Randín, o 'camiño privilexiado' é deixado de lado pois segue para Santiago de Compostela. Depois de algumas voltas no labirinto que é esta aldeia espanhola, as ruas estreitas dão lugar à estrada principal onde encontra-se a próxima paragem: a capela de San António. Neste ponto, os caminheiros avistam a aldeia portuguesa de Tourém e podem usufruir do parque de merendas muito convidativo a uma paragem para almoçar, lanchar e/ou descansar um pouco.

Igreja e cemitério da aldeia de Randín


Fonte encontrada na aldeia de Randín


O espanhol presente a cada passo dado


Um exemplar de um canastro espanhol


Paragem de autocarro em Randín


Randín é uma aldeia rural muito semelhante às aldeias fronteiriças de Portugal. Muitas das construções são de pedra e os habitantes locais juntam-se na rua para tirar alguns dedos de conversa e ver os forasteiros que chegam, passam e dizem até uma próxima. As placas informativas, os telhados das paragens de autocarro e dos canastros e o falar das pessoas são os pormenores diferenciados que saltam à vista entre Randín de Tourém.

Na saída de Randín com o San António à esquerda


Depois de estar a Randín, conseguimos perceber que, nos dias de hoje, é uma aldeia dedicada à agricultura e ao comércio. No fundo, é semelhante a Tourém pois também, noutros tempos, as duas localidades dedicavam-se ao contrabando. Os portugueses adquiriam produtos como o bacalhau, azeite, bananas e tecidos por serem bens essenciais que eram mais baratos no território vizinho. Por sua vez, os espanhóis queriam sobretudo tabaco e café.

Parque de merendas repleto de carvalhos antigos


Pormenor de um carvalho antigo


Aldeia de Tourém avistada do parque de San António


Fonte e churrasqueira do parque


A fonte a servir de sistema de rega para um carvalho


Capela de San António


A pequena pausa no parque de merendas termina e a capela de San António fica para trás. Seguimos caminho pela estrada asfaltada em direcção ao rio Sallas e, depois de atravessar o rio e andar uns metros, viramos à esquerda, tomando um trilho florestal. A partir daqui, acompanhamos o Sallas e admiramos a sua albufeira até Tourém. Os caminheiros são abrilhantados com paisagens magníficas.

Estrada espanhola OU-303 km 3


Travessia do río Salas na OU-303


Rio Sallas e paisagem envolvente


Caminho florestal que acompanha o Sallas


Rio Sallas e paisagem envolvente


Aldeia de Tourém à vista


A pé com a companhia do Sallas


Caminho certo


Albufeira do Sallas


Sempre na companhia do correr suave das águas do Sallas, eis que chegamos a Tourém e fazemos uma segunda travessia sobre o rio. Este último troço do percurso é maravilhoso. Ver as nuvens do céu reflectidas nas águas paradas da albufeira do Sallas é algo inexplicável de tão belo que é. E a isto junta-se o verde da paisagem e é de ficar sem palavras, deixando-se mergulhar no sossego sentido.

Ponte sobre a albufeira do Sallas


Ponte em Tourém de acesso a Espanha


Placa informativa à entrada da ponte


Albufeira do Sallas


A aldeia de Tourém vive sobretudo da agricultura e quem visita esta localidade portuguesa constata isso com muita facilidade. A existência de campos cultivados e a pastagem de animais são exemplos da intensa vida rural. E, já quase na recta final, fica a dica de que visitem Portugal, as suas terras e gentes pois há muito para descobrir. Em concreto, a sugestão de hoje é Tourém e as razões já estão enumeradas acima.

Habitante local com o seu rebanho


Travessia sobre a albufeira do Sallas


Placa informativa junto ao Largo do Outeiro


Varanda decorada com espigas de milho


Assim que atingimos o Largo do Outeiro e admiramos uma varanda de uma casa local, por esta estar inteiramente decorada com espigas de milho, é sinal que finalizamos a PR 6 - Rota do Contrabando de Tourém. Para trás, 11 km de pegadas e três horas mais meia ao sabor de belas paisagens e de momentos de tranquilidade. Sem dúvida, a visitar...

Aventurem-se!

Um até já,

TS