sábado, 31 de dezembro de 2016

Último passeio pelo Rota dos Geossítios

O último passeio pela Rota dos Geossítios fecha um ciclo de oito jornadas em torno dos fenómenos geológicos e 'janelas' panorâmicas de Arouca. 41 geossítios com as portas abertas no ano velho e no ano novo. Em Janeiro de 2016, o ponto de partida é dado na Panorâmica do Detrelo da Malhada. E, no fim de Dezembro, termino com o Marco dos 4 Concelhos.

No Marco dos 4 Concelhos
Junho de 2016


O Marco dos 4 Concelhos é o último ponto de interesse da lista de geossítios de Arouca (G41). Está situado no lugar de Sobreiros da freguesia de S. Miguel do Mato. E é aqui que termina a aventura de 2016 do Pé ante pé. Um desafio superado com alguns entraves que, no novo ano ou num futuro próximo, espero ver resolvidos.














A última aventura do ano começa na rua dos Quatro Concelhos onde aconselho o estacionamento do carro para a partir daqui percorrer 2.5 km a pé. O objectivo é atingir o Marcos dos 4 Concelhos (G41). Um marco de cimento que assinala o limite territorial de quatro municípios (Arouca, Castelo de Paiva, Gondomar e Santa Maria da Feira) como o seu nome indica.



















O Marco dos 4 Concelhos permite, a quem o alcança, ter uma vista privilegiada sobre o rio Douro e muitos outros pontos de interesse turístico e paisagístico. Entre eles a varanda do Detrelo da Malhada (G1), o Côto do Boi (G2) e os montes da Senhora da Mó (G24), do castelo roqueiro do Coruto, da Abelheira (Arouca) e do São Domingos (Castelo de Paiva).

Aventurem-se e Bom Ano Novo!

Até 2017,

TS

sábado, 17 de dezembro de 2016

Geossítios e Rota do Xisto

O sétimo passeio pela Rota dos Geossítios é o relato de uma segunda e nova experiência pelos trilhos da Rota do Xisto. Um percurso pedestre com cerca de 16 km que o Pé ante pé conjuga com uma miragem sobre sete fenómenos geológicos de Arouca. Uma caminhada manchada pelos vestígios do incêndio voraz de Agosto passado e tentadora pelos encantos de Canelas.

AVENTUREM-SE!


Quase a findar o ano e um ciclo de oito passeios pela Rota dos Geossítios, o Pé ante pé regressa a Canelas. O objectivo é desvendar a colecção de fósseis do Museu das Trilobites (G25), a Glaciação Ordovícica (G26), o Afloramento do Silúrico inferior (G27), o Conglomerado do Carbónico (G28), a Gralheira d' Água (G29), os Icnofósseis da área de Vilarinho (G34) e a Cascata das Aguieiras (G35).

Início da Rota do Xisto em direcção ao CIGC


Faz-se um pequeno desvio para beber água na fonte


Vestígios do incêndio de Agosto passado


Pedreiras das "Ardósias Valério & Figueiredo, LDA" à vista


No sétimo passeio pela Rota dos Geossítios, são curiosamente sete geossítios que visito. E, ao longo da Rota do Xisto, deixo dicas de paragem e de desvio em alguns pontos para que a jornada de hoje seja mais do que uma caminhada. Uma rota iniciada a pé junto da Igreja de Canelas com o Museu das Trilobites como primeiro ponto de alcance.

A 50 metros do Museu das Trilobites


Ainda a 50 metros do Museu das Trilobites


Mesas de ardósia convidativas para um lanche ou almoço


"Visite e conheça uma página importante do passado da terra"


Atingido o Centro de Interpretação Geológica de Canelas (CIGC), faz-se uma primeira paragem com a finalidade de visitar o museu. Aqui, está exposta a colecção de fósseis tida como vigésimo quinto geossítio (G25) de Arouca. Uma paragem obrigatória complementada por um desvio que consiste no abandono momentâneo dos trilhos do xisto para desvendar traços da Rota do Paleozóico.

Entrada do Centro de Interpretação Geológica de Canelas


Filme sobre as Trilobites de Canelas exibido, pela primeira vez 
no dia 3 de Dezembro, a propósito do 10º aniversário do museu


Museu das Trilobites surge de uma iniciativa privada e
está situado junto da ""Pedreira do Valério". Na foto, 
Manuel Valério que é proprietário da empresa 
"Ardósias Valério & Figueiredo, Lda". 


Na visita guiada à colecção de fósseis do CIG de Canelas (G25)


A Rota do Paleozóico é um percurso existente nas imediações do CIGC que complementa a visita ao museu, acrescentando um pouco mais à "página importante do passado da Terra" (lê-se numa placa de lousa referente ao museu dos fósseis). Isto porque esta rota põe a descoberto quatro geossítios numa só cartada. E, com a ajuda de um GPS, a procura tem início.

Diamicititos glaciomarinhos fino-orvícicos (G26)


O G26 assinalado por uma bandeira de Portugal


Afloramento do Silúrico inferior (G27)


G27 (foto de pormenor)


Começo pelos Diamicititos glaciomarinhos fino-orvícicos (G26). Um fenómeno geológico cuja localização não passa despercebida a quem passa na estrada que liga Arouca a Canelas (R326-1). O monte onde é possível encontrar vestígios da glaciação ordovícica está assinalado (no topo) com uma bandeira portuguesa. O vermelho e o verde atraem o olhar dos curiosos.

A explorar o Conglomerado do Carbónico (G28)


Conglomerado do Carbónico (G28)


Junto de exemplares do G28


Junto da mina romana da Gralheira d' Água


Bem perto dos vestígios de Glaciação Ordovícica (G26), passo para o Afloramento do Silúrico inferior. O vigésimo sétimo geossítio (G27) que, segundo informações do Arouca Geopark, "traduz-se por um afloramento de ftanitos muitos físseis onde é possível encontrar e observar uma fauna graptolítica do Telychiano com cerca de 439 milhões de anos."

Crista quartzítica da Gralheira d' Água (G29)


Junto do miradouro da Gralheira d' Água


Panorâmica da Gralheira d' Água


No miradouro da Gralheira d' Água


Já junto do Conglomerado do Carbónico (G28) é possível perceber que trata-se de um conjunto de pedras acinzentadas com vários irregularidades (ver acima imagens). E, mais umas pegadas, atinge-se a Crista quartzítica da Gralheira d' Água (G29). Esta gralheira corresponde a um relevo residual de quartzito que preserva diversas marcas de fósseis que são chamadas de icnofósseis.

Regresso ao Museu das Trilobites e à Rota do Xisto


Vestígios do incêndio de Agosto


Trilho florestal da Rota do Xisto


Panorâmica magnífica sobre Canelas


Na Gralheira d' Água, é ainda possível visitar uma mina romana ("fojo") e alcançar uma panorâmica ampla sobre a "Pedreira do Valério" e outros pontos destacados no site do Arouca Geopark. "Realça-se a Noroeste o Porto, a Norte Entre-os-Rios e Penafiel, a Nordeste Canelas e a serra de Montemuro, a Este as serras de S. Macário e de S. Pedro do Sul e a Sul as serras da Arada e da Freita."

A Rota do Xisto é composta por trilhos florestais e rurais


Na Rota do Xisto


À procura dos Icnofósseis da área de Vilarinho (G34 )


Lugar de Vilarinho


Terminada a aventura pela Rota do Paleozóico, regresso ao Museu das Trilobites e aos trilhos da Rota do Xisto. E, daqui, rumo para o lugar de Vilarinho onde nos arredores  (a oeste) é possível encontrar os Icnofósseis desta área (G34). Segundo o Arouca Geopark, estes "afloramentos são resultado da deposição em meio marinho pouco profundo de areias, preservando inúmeras marcas de atividade de seres vivos".

Perto do lugar de Vilarinho


Arouca a renascer das cinzas


No lugar de Vilarinho


1.5 km de Vilarinho até ao miradouro da Cascata das Aguieiras


Depois da procura pelos vestígios do G34, os trilhos da Rota do Xisto conduzem os caminheiros até Vilarinho. Faz-se a travessia do lugar e já na saída do mesmo vê-se uma placa de orientação da rota que indica 1.5 km para alcançar o miradouro da Cascata das Aguieiras (G35). Uma perspectiva incrível de um geossítio já apresentado pelo Pé ante pé em Geossítios e Passadiços do Paiva  

A 100 metros do miradouro da Cascata das Aguieiras (G35)


Escadaria zig-zag dos Passadiços do Paiva


Ribeira de Alvarenga


No miradouro da Cascata das Aguieiras (G35)


O miradouro da Cascata das Aguieiras (G35) merece uma paragem alongada para apreciar o encanto da paisagem. A ribeira de Alvarenga precipita-se sobre o rio Paiva, dando uma beleza enorme à encosta montanhosa que está de frente para os Passadiços do Paiva. Uma estrutura de madeira que veio condicionar alguns trilhos da Rota do Xisto.

Junto de uma boca de uma mina


Arouca a renascer das cinzas


A 100 metros da Mina do Pereiro


No interior da Mina do Pereiro


Os Passadiços do Paiva são inaugurados a 20 de Junho de 2015 e, desde logo, começam a ser uma atenção turística forte. Uma novidade bem acolhida que veio condicionar os trilhos da Rota do Xisto na zona da Praia do Vau (G30) e arredores. E digo condicionar pois alguns acessos sofreram alterações com as obras e, agora, a sinalização é escassa entre a Mina do Pereiro e o Vau.

Passagem pelos Passadiços do Paiva


Ponte suspensa dos Passadiços do Paiva


Na ponte suspensa dos Passadiços do Paiva


Igreja Matriz de Canelas


Hoje, uma caminhada pelo passado de Arouca onde visito as trilobites gigantes de Canelas. Fósseis únicos em todo Mundo pela dimensão que apresentam e que, juntamente com as Pedras Parideiras da Castanheira (Freita), têm uma enorme relevância. Atraem muitos curiosos e, no meu caso particular, espero atrair-vos para o próximo e último passeio pela Rota dos Geossítios.

Aventurem-se e bons passeios!

Um até já,

TS



* Fotografias de Outubro, Novembro e Dezembro de 2016