sábado, 5 de julho de 2014

Percurso do Carteiro

A manhã e princípio de tarde, de hoje, são dedicadas a percorrer a PR 6 - Percurso do Carteiro - de Arouca e a desvendar os seus encantos esplêndidos. O relógio do carro indica 8 horas à chegada a Rio de Frades. Daqui, partimos a pé, passados 10 minutos, rumo a Cabreiros que fica a 3.3 km de distância. 

Aldeia de Rio de Frades


O Percurso do Carteiro é uma pequena rota linear de 6 km que, uma vez feita em travessia, faz os caminheiros contarem o dobro dos quilómetros, tendo em conta a ida e a volta. Aqui, marco o início na aldeia de Rio de Frades, mas, se preferirem, podem iniciar a caminhada em Tebilhão, o outro extremo da PR 6. 

Placa informativa junto à capela de Rio de Frades

Capela de Rio de Frades


Como referi no post anterior, o nível de dificuldade da rota número 6 de Arouca é elevado. Mas, a meu ver, este percurso pedestre é dos mais gratificantes do concelho. Isto, sem fazer qualquer classificação pois todos têm a sua particularidade e maravilhas. Mas, hoje, andamos à procura do carteiro na companhia do canto das aves e do correr da água dos rios (ver abaixo fotogaleria).

PR 6 - Percurso do Carteiro


600 metros percorridos


Todavia, antes de caminhar encosta acima, faço-vos um apanhado histórico. A história diz que, aquando a extinção das Ordens Religiosas na época pombalina, a povoação de Rio de Frades é fundada por frades jesuítas. Daí a origem do nome atribuído ao lugar. Mais tarde, no período da II Grande Guerra, a aldeia abre portas aos alemães que instalam um centro de exploração mineira de volfrâmio.

Ruínas das instalações do centro mineiro

Poste de luz que data de 1971

Ruína de em edifício junto às bocas das minas


É importante falar de outrora pois, nos primeiros quilómetros, encontramos várias minas e ruínas das construções do centro mineiro. Ainda é possível ver as bocas feitas nas encostas abertas. Uma das minas pode mesmo ser atravessada, por quem achar-se capaz, e vale a pena abandonar o medo pois do outro lado as águas límpidas do rio de Frades dão as boas-vindas.

Rio de Frades


Passadas as bocas das minas, o ribeiro Pequenino espera-nos e, atravessada a ponte que vê correr as águas do afluente do Frades, começamos a subir com determinação. O caminho é quem exige e fica a recomendação para que olhem para trás quando atingirem o topo da encosta montanhosa. Isso acontece com a chegada a Cabreiros, uma freguesia estendida do amplo planalto da Serra da Freita ao apertado Vale de Frades.

Ribeiro Pequenino

Águas do ribeiro

Ponte sobre o ribeiro Pequenino


No momento do regresso, temos oportunidade de admirar toda a paisagem deixada atrás das costas. Por isso, vale a pena o esforço alcançado até Cabreiros, Cando e Tebilhão. As aldeias evidenciam a vida rural muito patente na região. Eiras, palheiros, canastros, símbolos religiosos, caminhos antigos e calçadas estreitas são parte do que encontramos com o findar da rota.

A 300 metros da chegada a Cabreiros

Edifício da antiga escola primária requalificado

Cabreiros à vista

A PR 6 encontra a GR 28 em Cabreiros

A 2 km da aldeia de Tebilhão

Chapéu pousado no muro de um terreno agrícola

Símbolo da religiosidade local

Lugar de Tebilhão

Fim do percurso junto à estrada asfaltada em Tebilhão


Os 6 quilómetros ficam completos assim que atingimos a estrada asfaltada em Tebilhão, a poucos metros do largo da capela de Santa Bárbara. Um local óptimo para parar e descansar, por breves instantes, antes de fazer, de novo, a PR 6. Só que, agora, de Tebilhão a Rio de Frades, os  caminheiros descem e descem, podendo usufruir melhor das paisagens.

Placa informativa junto à estrada

A caminho da capela de Santa Bárbara

Placa informativa no largo de Stª Bárbara

Capela de Santa Bárbara

A rota do Carteiro é, hoje, marcada por um dia excelente para a prática de caminhada. O sol abrilhanta o início da manhã e, à medida que avançamos para Cabreiros, o nevoeiro surge e sobe a montanha connosco. Na hora da despedida de Tebilhão, o tempo ainda está encoberto, mas descemos para Cabreiros e, depois, para Rio de Frades e o sol volta à nossa companhia.

A caminho de Cabreiros

Pequenino e Frades possibilitam a prática de Canyoning


À saída de Cabreiros

Regresso a Rio de Frades por caminhos montanhosos


Montanhas e vales de Frades


Em jeito de despedida, recordo o trajecto das formigas que admirei esta manhã. Elas descem toda uma encosta à procura de alimento e, assim que o alcançam, sobem elas carregadas a mesma encosta. E é a pensar no esforço físico das formigas, que ganho forças e vontade de fazer mais e mais pois precisamos descer para conseguir subir.

Aventurem-se!

Um até já,

TS

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