quinta-feira, 26 de junho de 2014

Caminhos do Sol Nascente

Uma manhã de primavera ou verão é uma boa oportunidade para sair cedinho de casa e rumar até Moldes. E a razão, para o fazer, é inquestionável. Falo da terceira pequena rota do município de Arouca, intitulada PR 3 - Caminhos do Sol Nascente, que dá a conhecer o vale, as aldeias e muitos encantos naturais da freguesia. Tudo à espera da visita de caminheiros.

Retrato de uma manhã com neblina e sol


O vale de Moldes é extenso e, parte dele, dá vida e cor ao  PR 3. Uma rota  de 13 km, em circuito, que pode ser iniciada em qualquer um dos pontos do percurso. Bustelo, Espinheiro, Fuste, Vila Cova, Póvoa e Friães são aldeias que trilham os 'Caminhos do Sol Nascente'.

Aqui, o início e fim está assinalado junto à Igreja Matriz e ao edifício da Junta de Freguesia de Moldes. E, a meu ver, é o local recomendado para os caminheiros de fora. Que, antes de mais, fiquem a saber que Moldes tem história e encantos naturais. 

A localidade foi invadida pelos árabes e ambicionada pelos muçulmanos e cristãos, o que levou à destruição da Igreja por mais que uma ocasião. A paisagem e natureza valem a visita e a caminhada e, como as "Memórias Paraquiais" informam, "o rio de Moldes tem quarenta levadas... e trinta e oito são de moinhos".

Igreja Matriz de Moldes


Ficaram curiosos? A ideia é mesmo essa. Tirá-los do sofá para beberem história e natureza. Mas, voltando ao início do percurso, junto da Igreja, os caminheiros seguem a estrada principal de asfalto até uma primeira bifurcação. Aí, podem seguir a direcção de Friães, a 1 km, ou a direcção de Bustelo, a 2,6 km. 

Seguimos para Bustelo e começamos a subir por trilhos de floresta, onde os castanheiros, pinheiros e eucaliptos predominam. Moldes é uma região de castanha, de cereja, de cultos religiosos e de belas paisagens. Também a agricultura está muito patente na vida dos habitantes locais (ver abaixo fotogaleira).


PR 3 - Caminhos do Sol Nascente



Já em Bustelo, passamos junto à capela da Senhora da Guia e coretos adjacentes. Aqui, os festejos ocorrem, sempre, no segundo domingo de Julho. Saímos da aldeia e partimos para Espinheiro a 2,6 km. Mais uma vez, imergimos mata adentro e, antes da chegada ao próximo destino, fazemos um pequeno desvio até Adaúfe.

Uma fugida de 700 m para conhecer Adaúfe

Aldeia de Adaúfe

2,9 km de Espinheiro a Fuste 


De volta a Espinheiro, os caminheiros podem acrescentar 150 metros ao percurso para conhecer a localização da 'Quinta de Espinheiro' e do alojamento/ restaurante 'Casa do Campo'. Ambos os espaços possuem uma vista privilegiada sobre o vale de Moldes.

As pernas repousam um pouco, mas as pegadas continuam aparecer passo a passo. Agora, rumamos até Fuste e o próximo obstáculo traduz-se em 2,9 km. Até lá, percorremos trilhos da Serra da Freita. Subimos e subimos até atingir a quota máxima da  pequena rota, 770 metros de altitude.

Depois, é tempo de descer e, a pouco e pouco, deixar a serra para trás. Mas, antes da chegada a Fuste, ainda encontramos o parque de lazer da Palma. Um local apropriado para repor energias, ao mesmo tempo, que oferece uma vista panorâmica magnífica para Moldes.


Fuste marca a passagem da PR 3 e início da PR 8


Em Fuste, o percurso passa junto da capela de Santa Catarina, onde tem início a oitava pequena rota (PR 8) do concelho de Arouca. A PR 3 abandona a aldeia, tomando um caminho florestal perto da escola primária local, já inactiva. Agora, encontramos um grande declive descendente até  chegar à aldeia de Vila Cova a 1,6 km. 

Canastro e o alto da Srª da Mó no pano de fundo 


Com os pés é Vila Cova, a vida agrícola volta a ser sentida. Caminhamos, lado a lado, com campos cultivados e bem tratados a fazerem de anfitriões. Culturas de milho, ramadas de vinha, loureiros, cerejeiras, castanheiros e belos exemplares de canastros ou espigueiros são avistados.

Póvoa e Friães são os últimos núcleos habitacionais do nosso trajecto. A Igreja de Moldes está perto. Falta 1 km de caminho e já conseguimos avistar o ponto de chegada. O percurso fica concluído com sucesso, em 4 horas e 30 minutos, e com o desejo de um dia voltar: "Adeus, até um dia...".

Aventurem-se!

Um até já, 

TS 



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